O subcomandante Marcos anunciou ontem, em San Cristobal de Las Casas, México, que a Frente Zapatista de Libertação Nacional (FZLN) será dissolvida a amanhã. "A partir de 25 de Novembro de 2005, a organização irmã do Exército Zapatista deixa de existir e ninguém poderá usar o seu nome para qualquer fim", declarou o líder do EZLN num comunicado datado do dia 20. A partir de agora, esclareceu Marcos, iniciar-se-á uma "nova etapa da luta zapatista pela democracia". O EZLN decidiu, em Julho, desenvolver uma campanha política em Janeiro deste ano. O México elege a 2 de Julho de 2006 o Presidente e um novo Congresso. De acordo com a "Sexta Declaração da Selva Lacandona", divulgada há quatro meses, um grupo do movimento Zapatista realizará "um trabalho político e pacífico"..A guerrilha zapatista, criada clandestinamente no início dos anos 80, no Estado de Chiapas, recorreu à luta armada em 1994, tendo dois anos mais tarde, lançado a sua frente política. Os zapatistas mantiveram um duro conflito em Chiapas frente aos outros grupos políticos e paramilitares, após um confronto que agitou o México em 1994. Em Julho deste ano, a guerrilha anunciou que chegara o momento de iniciar a actividade política. A campanha para as presidenciais e para o Congresso irá prolongar-se por seis meses e o Exército Zapatista conta usar os fundos angariados ao longo de 11 anos. A nova organização de carácter político do EZLN será dirigida por uma comissão da guerrilha, a que só terá acesso quem for "expressamente convidado e cumprir com rigor os princípios zapatistas", conclui o comunicado.